The bridge. 2018
When I was a little girl I used to draw, as all children did, the tall bridge being built, suddenly linking the north and south sides across the large river.
Then every summer I remember seeing men pull the cork from the cork oaks, and after that the bare trunks had that marvellous, velvety orange as rust. Cork was then a very poor stuff and almost as despised as those men who worked it, so they were slowly walking away towards a better country. After the revolution was over and everything went normal, the land and the trees were mainly sold and many of them to foreigners, a few from some of the 28 countries of Europe.
Now, after crossing the Tejo coming from the south of the country, cork fills stores in downtown Lisbon shaping all kinds of objects sold by Asian emigrants to tourists from all over the world.
Along the bridge, sunset and specially nightfall are as beautiful as ever.
Quando era pequena costumava desenhar, tal como as outras crianças, aquela ponte alta a ser construída, unindo de repente as margens norte e sul do rio largo.
Depois lembro-me em cada Verão dos homens a tirar cortiça dos sobreiros, com os troncos a ficarem depois disso com aquela cor bela alaranjada, aveludada como ferrugem. A cortiça era então um material pobre, quase tão humilde como aqueles homens que a trabalhavam, e assim eles foram partindo em busca de países melhores. Depois da revolução terminar e tudo voltar ao normal, a terra e as árvores foram sendo vendidas, muitas a estrangeiros, alguns vindos dos 28 países da Europa.
Hoje, depois de atravessar o Tejo vinda do cul do país, a cortiça inunda lojas da Baixa lisboeta na forma de toda a espécie de objetos vendidos por emigrantes asiáticos a turistas vindos de todo o mundo.
Através da ponte, o por do sol e o cair da noite, em especial, continuam belíssimos.
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